quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Características do Populismo à brasileira

O período da história republicana do Brasil que vai da queda do Estado Novo (1945) ao movimento militar de 1964 é caracterizado como populismo. O populismo, entretanto, não foi um fenômeno político exclusivamente brasileiro, mas latino-americano, que floresceu no período pós-guerra. O termo populismo foi tomado de empréstimo à história política da Europa e serviu para designar, no século XIX, um movimento revolucionário russo conhecido como narodniki. No Brasil, todavia, aquilo que se convencionou chamar de populismo não data propriamente do novo período que se abriu em 1945 e se encerrou em 1964. Ele mergulha suas raízes na revolução de 1930, configurando-se como produto do cruzamento entre o processo da crise política e o desenvolvimento econômico que então principiava. Ambigüidade. Como produto de forças transformadoras e contraditórias, o populismo trazia a marca de suas origens: é essencialmente uma configuração política ambígua. Segundo o sociólogo Francisco Weffort, o populismo e, como "estilo de governo", sempre sensível às pressões populares; simultaneamente, como "política de massa", procura conduzir e manipular suas aspirações. Ao mesmo tempo em que foi expressão da crise da forma oligárquica de governo, típica da República Velha, representou também a democratização do Estado, embora apoiado no autoritarismo. Conclusões. O populismo foi, enfim, a expressão política do deslocamento do pólo dinâmico da economia - do setor agrário para o urbano -, através do processo de desenvolvimento industrial, em grande parte impulsionado pela revolução de 1930. No plano social, tais transformações econômicas implicaram a emergência das classes populares urbanas, cujos anseios foram sistematicamente ignorados e reprimidos na República Oligárquica. Chama-se de populismo, nesse contexto, à forma de manifestação das insatisfações da massa popular urbana e, ao mesmo tempo, o seu reconhecimento e sua manipulação pelo Estado. Do ponto de vista da camada dirigente, o populismo é, por sua vez, a forma assumida pelo Estado para dar conta dos anseios populares e, simultaneamente, elaborar mecanismos para o seu controle. Bibliografia: História do Brasil - Luiz Koshiba - Editora Atual História do Brasil - Bóris Fausto - EDUSP

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Governo Campos Sales (1898-1902)


Funding loan e estabilidade
Renato Cancian*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Campos Sales (à frente, de cartola) em visita a Buenos Aires
O ex-governador Manuel Ferraz de Campos Sales substituiu Prudente de Moraes na presidência da República. Seu governo consolidou os interesses das oligarquias rurais, sobretudo dos cafeicultores paulistas.

Quando assumiu o governo federal, Campos Sales herdou uma grave crise econômica que prejudicava o país. A inflação atingia níveis insuportáveis, a moeda brasileira se desvalorizava a cada dia, enquanto nosso principal produto de exportação, o café, atravessava uma fase de superprodução interna e baixos preços no mercado mundial.

A política econômica de Campos Sales
O enfrentamento da crise econômica foi o alvo principal das medidas do governo de Campos Sales. Começou com a renegociação da dívida externa do país, com os credores ingleses. Os banqueiros britânicos fizeram um novo acordo financeiro com o Brasil chamado de funding loan.

Por esse acordo, os banqueiros fizeram um vultoso empréstimo de cerca de 10 milhões de libras ao Brasil e aceitaram uma moratória, isto é, a suspensão temporária do pagamento dos juros e da dívida externa. Como garantia do acordo, os banqueiros fizeram algumas exigências ao governo brasileiro, que as aceitou.

Essas garantias determinavam que, se o acordo não fosse honrado pelo governo brasileiro, os credores ingleses tinham direito a toda a renda das alfândegas do Rio de Janeiro e de outros Estados caso fosse necessário, às receitas da Estrada de Ferro Central do Brasil e do serviço de abastecimento de água do Rio de Janeiro.

Os credores exigiram também que o governo brasileiro combatesse a inflação e adotasse medidas no sentido de valorização da moeda nacional. O ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho se encarregou dessa política econômica. Reduziu drasticamente as despesas do governo, ao suspender a construção de obras públicas e investimentos no setor industrial, além de aumentar e criar novos impostos. Os salários dos trabalhadores também tiveram de ser drasticamente contidos.

Defesa dos interesses agrários
Ao adotar todas essas medidas econômicas, Campos Sales pretendia que o país se especializasse como produtor e exportador de mercadorias agrícolas: café, borracha, algodão, minério, cacau, erva-mate etc. Era a defesa da tese de que a vocação do Brasil era ser um país agro-exportador. Essa idéia agradava as grandes potências industriais que tinham a oportunidade de continuar a vender ao Brasil produtos manufaturados.

A política econômica posta em prática pelo ministro Joaquim Murtinho, gerou enormes problemas sociais, pois a indústria parou de crescer e, com isso, o desemprego aumentou, enquanto o custo de vida tornou-se insuportável para a população de assalariados. Contudo, o compromisso do governo de Campos Sales era com as elites dominantes do país.

Estabilidade política
Mas, mesmo sendo um representante da elite mais influente do país, ou seja, os cafeicultores paulistas, foi necessário ao presidente Campos Sales adotar algumas medidas políticas para assegurar esses interesses. Foi com esse objetivo que se criou a chamada Política dos Governadores, por meio da qual foi possível obter a estabilidade política.

Antes disso, esta era permanentemente comprometida em razão da existência de divergências de interesses entre as oligarquias agrárias e do sistema federativo republicano vigente. Campos Sales saiu-se vitorioso neste empreendimento, e ainda conseguiu que o candidato por ele indicado para sucedê-lo no governo, o paulista Rodrigues Alves, vencesse as eleições presidenciais.

Fonte:
 http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/governo-campos-sales-1898-1902-funding-loan-e-estabilidade.jhtm

sábado, 3 de março de 2012

Guerra Fria

   Foi a guerra entre os comunistas e os capitalistas, depois da Segunda Guerra Mundial. Do lado Norte-Americano tinha a necessidade de aumentar o capitalismo não deixar que anseios de liberdade dos povos dominados pelo imperialismo virassem uma revolução social.

    Para conseguir isso foi preciso criar a “demonização”  do comunismo por meio da ideologia dividindo o mundo entre as forças do “bem”-Representado pelos EUA e o  restante do “mundo livre” e o mal-Representado pelos comunistas.

A Guerra Fria foi a expressão que indica o estado de tensão permanente em que viveu o mundo entre 1947 á 1991. Esse estado era decorrente da divisão do mundo em dois blocos político- ideológico antagônico. Caracterizou-se pela corrida nuclear, pela União Soviética e o  EUA, pelo emprego em larga escala da espionagem ,pela chamada “equilíbrio do terror e pela eclosão de “guerras localizadas”, conflitos estimulados pelas duas superpotências, mas mantida dentro de limites toleráveis para ambos.
Autor: João Antonio

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A Evolução do Capitalismo

    O sistema capitalista nasceu das transformações por que passou a Europa feudal a partir do século XII. O fundamento da riqueza deixou paulatinamente de ser a terra, e a economia de mercado começou a estruturar-se com base no trabalho artesanal.

    O crescimento e o aumento do número de cidades favoreceram o desenvolvimento de relações mercantis e propiciaram a diversificação e a mobilidade social até então praticamente inexistentes. As trocas comercias entre diversas regiões estimularam as transformações no mundo do trabalho, com o surgimento do trabalho assalariado e de uma incipiente divisão técnica das atividades.

    A partir do século XV, as relações mercantis, ampliaram-se geograficamente com as Grandes Navegações e a inserção de novas terras no sistema capitalista de produção. Desenvolveu-se então a fase do chamado capitalismo comercial; o ciclo de reprodução do capital estava acentando principalmente na circulação e distribuição de mercadorias realizadas entre as metrópoles e as colônias.

    Os papéis diferentes que assumiram a Europa de uma lado e, de outro, a Ásia e as terras recém-descobertas do além-atlântico inauguraram a divisão internacional do trabalho (DIT), genericamente caracterizada pela exportação de manufaturas pelas metrópoles e pela produção de matérias-primas pelas colônias.

    Mas o sistema capitalista só iria se consolidar definitivamente no século XVIII, com a substituição da manufatura pelas máquinas a vapor, iniciadas nas indústrias têxteis da Inglaterra. A mecanização imprimiu um novo ritmo à produção de mercadorias, e o trabalhador que antes produzia sua mercadoria individualmente e de modo artesanal agora ia para as linhas de produção, onde se reunia a centenas de outros operários que se tornaram assalariados.

    As transformações socias e econômicas associadas a esse período forma tão intensas que representaram uma verdadeira Revolução Industrial.

Fonte:

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O capitalismo


      No sistema capitalista, as padarias, as fábricas, confecções, gráficas, papelarias etc., pertencem a empresários e não ao Estado. Nesse sistema, a produção e a distribuição das riquezas são regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre jogo da oferta e da procura. O capitalista, proprietário de empresa, compra a força de trabalho de terceiros para produzir bens que, após serem vendidos, lhe permitem recuperar o capital investido e obter um excedente denominado lucro. No capitalismo, as classes não mais se relacionam pelo vínculo da servidão (período Feudal da Idade Média), mas pela posse ou carência de meios de produção e pela livre contratação do trabalho e/ou trabalhadores.

Outros elementos que caracterizam o capitalismo são a acumulação permanente de capital; a geração de riquezas; o papel essencial desempenhado pelo dinheiro e pelos mercados financeiros; a concorrência, a inovação tecnológica ininterrupta e, nas fases mais avançadas de evolução do sistema, o surgimento e expansão das grandes empresas transnacionais. A divisão técnica do trabalho, ou seja, a especialização do trabalhador em tarefas cada vez mais segmentadas no processo produtivo, é também uma característica importante do modo capitalista de produção, uma vez que proporciona aumento de produtividade.

Crítica ao capitalismo: A mais rigorosa crítica ao capitalismo foi feita por Karl Marx, ideólogo alemão que propôs a alternativa socialista para substituir o Capitalismo. Segundo o marxismo, o capitalismo encerra uma contradição fundamental entre o caráter social da produção e o caráter privado da apropriação, que conduz a um antagonismo irredutível entre as duas classes principais da sociedade capitalista: a burguesia e o proletariado (o empresariado e os assalariados).

O caráter social da produção se expressa pela divisão técnica do trabalho, organização metódica existente no interior de cada empresa, que impõe aos trabalhadores uma atuação solidária e coordenada. Apesar dessas características da produção, os meios de produção constituem propriedade privada do capitalista. O produto do trabalho social, portanto, se incorpora a essa propriedade privada. Segundo o marxismo, o que cria valor é a parte do capital investida em força de trabalho, isto é, o capital variável. A diferença entre o capital investido na produção e o valor de venda dos produtos, a mais-valia (lucro), apropriada pelo capitalista, não é outra coisa além de valor criado pelo trabalho.

Segundo os Marxistas, o sistema capitalista não garante meios de subsistência a todos os membros da sociedade. Pelo contrário, é condição do sistema a existência de uma massa de trabalhadores desempregados, que Marx chamou de exército industrial de reserva, cuja função é controlar, pela própria disponibilidade, as reivindicações operárias. O conceito de exército industrial de reserva derruba, segundo os marxistas, os mitos liberais da liberdade de trabalho e do ideal do pleno emprego.

Fonte
http://www.ocapitalismo.com/index.php?option=com_content&view=article&id=25:capitalismo-e-sistema-capitalista-&catid=3:artigos&Itemid=24